Por harmonia

23 de abril de 2009

Senti vontade de escrever. Rabisquei meia dúzia de palavras. Tentei conectá-las. Mendiguei por rimas como quem experimenta pela primeira vez entregar-se à poesia. Senti-me inapta, sem talento para o ofício de narrar. Arrisquei um punhado de versos. E aqui estão eles, significando um pouco a foto.

Quis uma história bela
Que não trajasse dor,
Que trouxesse as cores da aquarela
E a poesia que só há no amor.

Quis que houvesse ritmo,
Que a métrica dispensasse,
Que fosse o que há de mais íntimo:
Aquilo que qualquer um jamais pensasse.

Quis falar de mim,
Sem egoísmos de outrora.
Quis dizer-te “sim”
Antes de ter havido chegado nossa hora.

Quis dizer que estive silente.
Posto que és tu minha melhor inspiração.
Enquanto tu te fizeste ausente,
Ecoava em meus versos o vazio da escuridão.

Se aceito a ti com veemência,
Não é por falta de lembrança.
Trago, é claro, a dolorosa experiência
Mas não hei de ceder à insegurança.
E àqueles que apostam na demência,
Ofereço o sorriso largo de esperança.

Eis que cada verso teve único desejo
Confessar a ti minha sina:
Pouco importa tudo que solfejo,
Sou, Homem, tua menina.

Ioh

2 Reações:

Nenna disse...

reconheço! ;D

Bello disse...

Não precisa de comentários.
bju